Homo Sentimentalis et Homo Histericus
“Devemos definir o homo sentimentalis não como uma pessoa que experimenta sentimentos (porque todos somos capazes de os experimentar), mas como uma pessoa que os erigiu em valores. A partir do instante em que o sentimento é considerado como um valor, toda a gente quer senti-lo; e como todos nos orgulhamos dos nossos valores, é grande a tentação de exibirmos os nossos sentimentos. (...)
O sentimento, por definição, surge em nós sem que disso nos apercebamos e muitas vezes contra a nossa vontade. A partir do momento em que queremos experimentá-lo (a partir do momento em que decidimos experimentá-lo) (...) já não é sentimento, mas imitação de sentimento, sua exibição. É o que correntemente se chama histeria. É por isso que o homo sentimentalis (ou por outras palavras, o homem que erigiu o sentimento em valor) é na realidade idêntico ao homo histericus.”
Milan Kundera. A Imortalidade. 187-188
O sentimento, por definição, surge em nós sem que disso nos apercebamos e muitas vezes contra a nossa vontade. A partir do momento em que queremos experimentá-lo (a partir do momento em que decidimos experimentá-lo) (...) já não é sentimento, mas imitação de sentimento, sua exibição. É o que correntemente se chama histeria. É por isso que o homo sentimentalis (ou por outras palavras, o homem que erigiu o sentimento em valor) é na realidade idêntico ao homo histericus.”
Milan Kundera. A Imortalidade. 187-188
Egomet
1 Comments:
incrivel a percepção de que o sentimento se pode ostentar como valor! Em último caso esta exibição abrilhanta o estatuto de quem a exibe, tornando-se o próprio ilusóriamente mais importante enquanto entidade comunitária
By celofane, at Wednesday, August 17, 2005 6:28:00 PM
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