April 02, 2006
Muita coisa mudou, mas não eu, pois continuo na mesma.
Por vezes gostaria de correr com o rio, ser levada pela brisa, ir para longe por alguns instantes...nem sei bem porquê, apenas gostaria que assim fosse. Sou feliz, mas há algo mais nos caminhos que percorro que me suga a força para prosseguir...talvez eu mesma, talvez a minha forma de ser tão pessimista. Por vezes interrogo-me se valerá a pena investir tanto no que gosto. Não será exagerado da minha parte? Querer mais e mais, não parando para pensar que isto me poderá fazer mal...Desculpem-me as pessoas que me têm aturado mais directamente...todos os meus surtos de mau humor, de arrogância, de estupidez. Se tiver que perder algo, então que seja a capacidade de ser estúpida e arrogante com as pessoas que amo, especialmente as duas pessoas muito especiais com quem vivo, e uma terceira pessoa...essa sim a minha alma gémea, que muito tem aguentado devido ao meu mau feitio.
Sinto que este post é apenas um desabafo, sinto-me mais leve...e confiante numa mudança de atitude perante a vida....quero conduzir a vida, não que ela me conduza...eu vim aqui para tentar entender por que razão continuo a ser tão instável. Provavelmente não há explicação, apenas eu tenho que me auto-controlar.
November 09, 2005
Sábios porcos - espinhos
"Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram juntar-se em grupos, assim agasalhavam-se e protegiam-se mutuamente. Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor. E, por isso, tornavam a afastar-se uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: desapareciam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. Sobreviveram!
Moral da história: O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue pedir perdão pelos próprios defeitos."
Autor: Desconhecido
Egomet
P.S. Depois de algum tempo de ausência decidi dedicar novamente algum tempo a este espaço.
September 22, 2005
Out of My Mind...
Fotografia tirada por mim em Sagres, no dia 20 de Agosto deste ano....que belo dia de praia...
Que animais somos nós? Será que nada mais do que simples seres racionais? Não me parece...tantas vezes somos irracionais....e esta é talvez a mais nítida semelhança que temos com os demais seres que connosco co-habitam o planeta. A diferença entre nós e esses mesmos seres parece ser o facto de sermos demasiado complexos.
Como definir a complexidade é um imperioso problema, muitas vezes não passível de definição. Como nos desenvolvemos, como crescemos, como alimentamos toda a nossa complexidade, tantos “comos”, tantos “ses”, tantos “mas”...todos eles fruto de um raciocínio, vezes sem conta “irracional”. Supostamente, e por convenção, deveríamos ser seres exemplares e organizados. É a este ponto que pretendo chegar.....onde se encontra a organização do raciocínio? Quem consegue ser exemplarmente organizado? Serão apenas os loucos?
Por vezes gostaria de ser louca, para que tudo fizesse mais sentido, para que conseguisse organizar tudo, incluindo os sentimentos que por vezes desejo que não sejam mais do que meros espelhos....muito longe da realidade, muito longe do verosímil de toda a minha vivência. Como poderei disfarçar o instinto...tão nítido para algumas pessoas...e não falo de um instinto estético baseado no senso estético. Falo do instinto de que me apercebi há uns dias...o de ser como sou, mesmo quando sei que poderei estar a magoar alguém. Sinto, apenas sinto, que alguém me está a ensinar a mudar este instinto...com toda a força que o irracionalismo possa ter. No fundo não percebo porque existe este fútil instinto...apenas percebo que tem que existir, mas que posso alterá-lo ligeiramente de forma a não magoar quem não merece.
O meu mais sincero agradecimento por seres como és, e por me fazeres “ver as coisas” de outra forma, de forma mais simples, mais verdadeira...por vezes mais irracional. A tua presença tem sido reconfortante, embora eu não o demonstre como deveria....desculpa-me por simplesmente não o conseguir fazer.
Egomet
August 31, 2005
You’re Beautiful...
“My life is brilliant.
My love is pure.
I saw an angel.
Of that I'm sure (...)
You're beautiful.
You're beautiful.
You're beautiful, it's true.
I saw your face in a crowded place, (...)
(...) we shared a moment that will last till the end.(...)
There must be an angel with a smile on her face,
When she thought up that I should be with you. (...)
“You’re Beautiful” performed by James Blunt
Falta-me a inspiração nestes últimos dias...apenas inspiração, porque os pensamentos se mantêm, mas não os tenho concretizado no papel. Concebo esta “falta de inspiração” como reflexo de uma excelente fase na minha vida. Sendo verdade que escrevo muito mais quando me sinto mais "deprimida". Desta excelente fase fazem parte algumas pessoas, e obviamente que és uma delas. Por isso te dedico a letra que aqui cito parcialmente...só tu sabes o que significa para nós.
Egomet
August 19, 2005
Que sais-je?
" (...) comment existerait-il même la possibilité d'expliquer quand nous faisons d'abord de toute une image, notre image!"
Nietzsche, Le Gai Savoir, 1950, pág. 150.
Nietzsche, Le Gai Savoir, 1950, pág. 150.
O que desperta a minha atenção relativamente a esta citação é o facto de, muitas vezes, a nossa imagem não ser a mais correcta. Quando me refiro à "nossa imagem" quero dizer tudo aquilo que faz de nós o que somos. Vezes sem conta deparamo-nos com atitudes irreflectidas, que num determinado momento pareciam ser o mais adequado possível...pelo menos de acordo com aquilo em que acreditamos, com todos os nossos valores. Mas até que ponto podemos confiar nos nossos valores, sobretudo quando eles estão aliados aos sentimentos?
Egomet
August 08, 2005
Homo Sentimentalis et Homo Histericus
“Devemos definir o homo sentimentalis não como uma pessoa que experimenta sentimentos (porque todos somos capazes de os experimentar), mas como uma pessoa que os erigiu em valores. A partir do instante em que o sentimento é considerado como um valor, toda a gente quer senti-lo; e como todos nos orgulhamos dos nossos valores, é grande a tentação de exibirmos os nossos sentimentos. (...)
O sentimento, por definição, surge em nós sem que disso nos apercebamos e muitas vezes contra a nossa vontade. A partir do momento em que queremos experimentá-lo (a partir do momento em que decidimos experimentá-lo) (...) já não é sentimento, mas imitação de sentimento, sua exibição. É o que correntemente se chama histeria. É por isso que o homo sentimentalis (ou por outras palavras, o homem que erigiu o sentimento em valor) é na realidade idêntico ao homo histericus.”
Milan Kundera. A Imortalidade. 187-188
O sentimento, por definição, surge em nós sem que disso nos apercebamos e muitas vezes contra a nossa vontade. A partir do momento em que queremos experimentá-lo (a partir do momento em que decidimos experimentá-lo) (...) já não é sentimento, mas imitação de sentimento, sua exibição. É o que correntemente se chama histeria. É por isso que o homo sentimentalis (ou por outras palavras, o homem que erigiu o sentimento em valor) é na realidade idêntico ao homo histericus.”
Milan Kundera. A Imortalidade. 187-188
Egomet
July 28, 2005
July 27, 2005
Self Interrogation.....
Self-Interrogation
"The evening passes fast away,
'Tis almost time to rest;
What thoughts has left the vanished day,
What feelings, in thy breast?
"The vanished day?
It leaves a sense
Of labour hardly done;
Of little, gained with vast expense, - A sense of grief alone!
"Time stands before the door of Death,
Upbraiding bitterly;
And Conscience, with exhaustless breath,
Pours black reproach on me:
"And though I've said that Conscience lies,
And Time should Fate condemn;
Still, sad Repentance clouds my eyes,
And makes me yield to them!
"Then art thou glad to seek repose?
Art glad to leave the sea,
And anchor all thy weary woes
In calm Eternity?
"Nothing regrets to see thee go -
Not one voice sobs "farewell,"
And where thy heart has suffered so,
Canst thou desire to dwell?"
"Alas! The countless links are strong
That bind us to our clay;
The loving spirit lingers long,
And would not pass away!
"And rest is sweet, when laurelled fame
Will crown the soldier's crest;
But, a brave heart, with a tarnished name,
Would rather fight than rest."
"Well, thou hast fought for many a year,
Hast fought thy whole life through,
Hast humbled Falsehood, trampled Fear;
What is there left to do?"
"'Tis true, this arm has hotly striven,
Has dared what few would dare;
Much have I done, and freely given,
But little learnt to bear!"
"Look on the grave, where thou must sleep,
Thy last, and strongest foe;
It is endurance not to weep,
If that repose seem woe.
"The long war closing in defeat,
Defeat serenely borne,
Thy midnight rest may still be sweet,
And break in glorious morn!"
Emily Jane Brontë
Egomet
July 20, 2005
At a Lunar Eclipse.....
"Thy shadow, Earth, from Pole to Central Sea,
Now steals along upon the Moon's meek shine
In even monochrome and curving line
Of imperturbable serenity.
How shall I link such sun-cast symmetry
With the torn troubled form I know as thine,
That profile, placid as a brow divine,
With continents of moil and misery?
And can immense Mortality but throw
So small a shade, and Heaven's high human scheme
Be hemmed within the coasts yon arc implies?
Is such the stellar gauge of earthly show,
Nation at war with nation, brains that teem,
Heroes, and women fairer than the skies?"
By Thomas Hardy (1840-1928)
Egomet
July 18, 2005
Forever Friends....
This is especifically for you (3 friends with who I shared saturday night). Friendship teaches us so much that sometimes it changes us (not always in the same direction, but it changes)....
And time is, undoubtedly, a valuable thing (you understand what I mean...).
Thanks for those moments...and thanks for being who you are and for accepting me the way I am.
Kisses
Egomet